Largo do Rio da Prata
BONDE E LOTAÇÃO:
A praça também foi ponto final da linha de bonde do Rio da Prata, em funcionamento a partir de 1920, que era uma das linhas de Campo Grande. Inaugurado em 1894, o bonde em Campo Grande era puxado por burros e transportava capim para os burros de outras linhas, até a inauguração do serviço de passageiros em 1908, que funcionou até 1967. A partir das décadas de 1940 e 1950, o Rio da Prata começou a receber as “lotadas” ou lotações, veículos de transporte coletivo anteriores aos ônibus.
IGREJA NOSSA SENHORA DAS DORES:
Inaugurada em 1933, sob a responsabilidade da Igreja Nossa Senhora do Desterro, a Igreja Nossa Senhora das Dores é uma construção em estilo moderno decorada internamente com pinturas a óleo que mostram passagens da Bíblia feitas em 1960, por João Tercílio de Holanda. Entre os padres, cabe destacar a missão do Padre Lúcio Zorzi, que foi pároco da igreja entre 1978-2016, a qual foi marcante na comunidade por ter incentivado a relação da mesma com o meio ambiente, contribuído para soluções da sociedade como creches comunitárias.
CORETO:
O coreto é uma construção quadrangular com embasamento executado em concreto, revestido em argamassa e uma cobertura em telha francesa. O coreto era usado para bandas em festas da igreja Nossa Senhora das Dores.
AS ANTIGAS VENDAS/PÓLO GASTRONÔMICO DO RIO DA PRATA:
O atual Pólo Gastronômico do Rio da Prata foi fundado em 15 de Julho de 2015. Ele funciona nos locais das antigas vendas e depósitos que atendiam aos agricultores e demais moradores locais. Muitos agricultores só desciam do morro uma vez por mês para negociar as colheitas, fazer compras, tomar cachaça e encontrar amigos para participar das festas da Igreja de Nossa Senhora das Dores e dos leilões. Os produtos colhidos na serra eram levados em carroças até o Largo do Rio da Prata, onde eram embarcados nos caminhões que os transportavam até à Ceasa, em Irajá, e, também, para as feiras-livres, calçadão de Campo Grande e mercado de Madureira, onde eram comercializados.
BICA D’AGUA:
Uma peça francesa, composta por uma bacia em ferro fundido com azulejos, foi instalada na praça na década de 1930. A bica era originalmente utilizada para os tropeiros darem água para os animais que traziam as mercadorias dos morros para serem vendidas em feiras e mercados. Também foi importante para a distribuição de água para a população. O terreno utilizado para a construção do
coreto e da bica d’água foi doado pelo lavrador José dos Santos Figueira, proprietário de terras agrícolas na estrada da Batalha, no Rio da Prata. Em 25 de outubro de 1996, o coreto e a bica d ‘água foram tombados pela prefeitura por constituírem marcos da paisagem local.
PRAÇA ENGENHEIRA ELZA PINHO OSBORNE:
O Largo do Rio da Prata é um ponto histórico de referência local, cuja praça recebeu em 1958 o nome de Praça Engenheira Elza Pinho Osborne para homenagear a engenheira civil que foi fundamental para o desenvolvimento de Campo Grande. Na década de 1960, a engenheira, então administradora regional, pretendeu transformar a localidade do Rio da Prata na “Petrópolis Carioca”, idealizando um hotel na Serra do Rio da Prata, que nunca saiu do papel. Sua atuação trouxe benefícios em infraestrutura e no campo das artes, a exemplo
da construção do Teatro de Arena, posteriormente transformado em Lona Cultural Elza Osborne. A origem do núcleo urbano do Largo do Rio da Prata, iniciou com um pequeno centro de reunião de tropeiros, que se restringia a uma venda bem sortida, um verdadeiro bazar de gêneros, quinquilharias, instrumentos de lavoura e a dois barracões de depósito de banana, então monopolizada por um dos sitiantes da região que a revendia ao Mercado Municipal. Com a instalação da linha de bonde, ocorrida na década de 1920, esse núcleo tomou novo impulso, que se acentuou ainda mais com a criação de uma linha de auto-lotação.